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Seguro de vida: mercado se adapta à nova realidade do envelhecimento acelerado

O salto na expectativa de vida dos brasileiros — de 52,5 anos, em 1960, para 77 anos, em 2021, último dado disponível do IBGE — mexe com o setor de seguros de vida. Surgem novos produtos sem reajuste por faixa etária (chamados nivelados), com idade de entrada ampliada para até 70 anos (o limite variava de 60 a 65 anos) e a possibilidade de resgate parcial do valor pago.

Além disso, o setor tem ampliado a oferta de coberturas adicionais, que podem ser usufruídas em vida por quem paga. É possível contratar proteção para invalidez, perda de renda, doença grave, custas hospitalares, entre outros riscos. Como no seguro de carros e de imóveis, as apólices de vida passaram a incluir serviços, de check-up e telemedicina a manutenção residencial.

Até aqui o aumento da expectativa de vida afetava mais o consumidor que as seguradoras. Isso porque os reajustes etários multiplicam o valor do prêmio, principalmente, após os 70 anos, chegando a inviabilizar a manutenção do seguro. E como a maior parte dos seguros ainda são em regime de repartição, nos quais não é constituída reserva individual, se parar de pagar, o consumidor não tem nada a receber.

Mas o mercado não pode ignorar a fatia de brasileiros que mais cresce: o contingente acima de 65 anos saltou 57,4% nos últimos 12 anos, segundo dados do Censo 2022 divulgados na semana passada.

— Há hoje seguros voltados especificamente para idosos, mas têm prêmios (o que o segurado paga pelo seguro) mais altos e um benefício mais baixo. Ao longo da vida, de fato, o tamanho do capital segurado para indenização dos beneficiários deve ser reavaliado e pode ser reduzido — diz Maurício Viot, professor da Escola de Negócios e Seguros (ENS).

Seguro deve ser parte do planejamento financeiro pessoal, diz Diogo dos Santos, da Coordenação-Geral de Supervisão de Seguros Massificados, Pessoas e Previdência da Susep:

— Aos 36 anos, com esposa e filho de um ano, preciso pensar em deixar recursos para a educação dele e outras despesas. Daqui a 30 anos, a família não dependerá tanto de mim. Por isso, reduzir o capital segurado é uma alternativa que deve-se avaliar, inclusive, para diminuir o valor do prêmio.

Revisão periódica

Gabriel Costa, coordenador de Fiscalização de Conduta da mesma área da Susep, orienta formar uma cesta de seguros e revisá-la ao longo do tempo:

— É importante saber para que serve cada produto. É como uma caixa de ferramenta, se precisa fixar um prego, não adianta usar um serrote.

A professora e consultora de seguros Angelica Carlini pondera que a atualização dos dados de expectativa de vida no cálculo dos seguros tende a empurrar para frente os salgados reajustes etários:

— Essa revisão não se faz do dia para noite. São dados complexos, com muitos estudos por região, renda, faixas de rendimento. E é bom que sejam feitos cuidadosamente, pois isso garante que o setor se mantenha firme e pague as indenizações no futuro.

O grande desafio das seguradoras diante do envelhecimento da população é arejar a carteira, fazer os jovens contratarem seguros. Na comparação entre o período de janeiro a agosto de 2023 e o mesmo de 2022, o seguro de vida individual cresceu 18,5%. Só perdeu para o seguro funeral(19,6%). Mas pesquisa recente da Fenaprevi mostra que só 18% dos 2 mil entrevistados têm seguro de vida, apesar de mais de 80% terem interesse.

— As pessoas não tiram um carro da garagem sem seguro, mas saem de casa todo dia sem proteção — diz Carlos Gondim, diretor da Fenaprevi.

Fonte: O Globo

Veículo: Seguro Gaúcho